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segunda-feira, 12 de março de 2012

O acontecido de 2 de fevereiro de 2004 em Umburanas

Em 2004 quando havia sido construído a ponte sobre o riacho de Umburanas, ficaram em baixo desta, algumas colunas de madeiras e varas que foram erguidas para baterem a lage, e finalmente erguer-se a ponte. Não se sabe se foi por descuido dos profissionais que ali trabalhavam, mas aquelas vigas sobrepostas uma próxima as outras, trouxe para o povo desta terra, um infeliz acontecido que não sairá das mentes dos que lá habitam. Pois então, chegou o tempo de inverno e o rio como de costume na invernada "deu cheia", e saiu carregando enchente abaixo os "baceiros" de capim e alguns pedaços de madeira velha que se via pela frente. Ao se deparar com as vigas encurralando a passagem de qualquer baceiro que pudesse por ventura alí aparecer, estes foram se juntando as varas lá sobrepostas e obstruiu a passagem da água, que foi se represando e cada vez mais subindo de nível. Acredite meus amigos, o rio transbordou, invadiu algumas casas que ficavam as margens, algumas chegaram a ficar somente o teto de fora. Das "bodegas" alí perto, não sobraram nada, tudo o rio levou. Era sacas de açúcar, café, amendoim... o prejuízo foi feio. Sem falar nos móveis das casas que desceu junto ao boeiro. Veja o restante dessa história, contada em verso pelo meu estimado irmão Ismael Félix de Sousa, que transformou o fato, numa forma bem cômica, porém real em relação ao acontecido.




O CARMA DO POVO DE UMBURANAS ( Por Ismael Félix)

Amigos caros leitores
Prestem agora atenção
Não é História banal
Pouco mais de ficção
Mas é um caso real
Junto com o pessoal
Provo com toda nação

No ano dois mil e quatro
Dia dois de fevereiro
Em um inverno pesado
Em um tremendo aguaceiro
Até Senhora Santana
Viu da praça de Umburanas
Só restar fora o cruzeiro

Com as chuvas mais pesadas 
Que houve na região
O povo das Umburanas
O nosso caro torrão
Dizer que o que foi é
Só faltou chegar noé
Com sua arca em ação

Pôs pés do enorme açude
Formado aos pés do boeiro
Vinha tabores, panelas,
Castanhas de cajueiros
Amendoim, rapadura,
Arroz, feijão e gordura
Descia no aguaceiro

Houve grande prejuízo
Pra toda população
A água entrou na rua
Da nossa povoação
Da ponte pra rebanceira
A casa da padroeira
 Foi abrigo pro povão


Da casa de Zé Arraes
A bodega de Zé Brito
A água entrou na rua
A um momento esquisito
Traduzindo um sofrimento
Que ainda neste momento
Eu lembro do povo aflito.


Dito, Rosa e Zé de Lôra
Sofreram que até deu dó
Principalmente ao falar
Que eles não sofreram só
Normando, Chicola e Dão,
João Morais e Maranhão
Sofreram muito pior


A casa paroquial
Creche que há no lugar,
A casa de Neco Velho
De seu Vicente pra lá
Sem falar na de Morais
Que a água castigou mais
Sem ter do que reclamar


A casa de D. Lourdes
Também foi prejudicada
Também a casa de Fátima
Ficou ainda inundada
Zé Amâncio e Chico Importe
Devido a cheia ser  forte
As casas foram rachadas.


Andou na beira da cova
Mas por pouco se salvou
Graças a Jesus Amado
Que nessa hora lhe olhou
Pois isso comigo mexe
Por que no teto da creche
Um bezerro se atrepou


Doca foi quem perdeu mais
O povo não esqueceu
Mas a Deus agradecemos
A vida ninguém perdeu
Graças a Deus e a Santana
Nesse dia em Umburanas
Nenhum cristão não morreu


E demos graças a Deus
Pela quebra do bueiro
Que secou muito depressa
O infeliz aguaceiro
Que até Senhora Santana
Viu da praça de Umburanas
Só ficar fora o cruzeiro.


Autor: Ismael Félix de Sousa, Umburanas 2004.

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